Gabrielle – (8/15)

Toda a imagem que se montava diante dos olhos de Pedro era diferente, o ciúme, coisa que ele jamais havia sentido verdadeiramente por alguém começava a se fazer presente, era uma inquietude quanto aos desejos de Gabrielle, bem como as intenções, quanto caluniosas, de seu amigo.
Não é como se ele pudesse evitar que acontecesse algo entre os dois, sabia que o que poderia fazer já havia feito, que era ter pedido ao amigo que se afastasse da mulher que o encantava.
Conhecia Samuel, de longe sabia que o sorriso que ele havia jogado a Gabrielle não era qualquer um. Havia escondido atrás daquele pequeno movimento de lábios um esboço de luxúria pela moça.
Pedro, no seu canto, virou-se e rumou para casa. Do outro lado, Samuel observara que o amigo estava próximo e se questionou se havia o visto.
“Será que ele sabe que…” Pensa por alguns segundos. Até que se convence que deve ter sido apenas coincidência.
Enquanto Pedro ruma para o caminho de sua casa, começa a escrever uma mensagem para o amigo, mas desiste. Segue nesse movimento por diversas vezes, as palavras parecem fortes demais, ou em outras tentativas, um tanto quanto possessivas.
Não é como se ele tivesse algum direito sobre a garota, é apenas mais uma mulher no mundo, que talvez nunca se encante por ele, por mais que preencha seus sonhos todas as noites.
Pedro sempre se imaginou com ela, não frequente de uma maneira concupiscente, mas sim romântica, vendo os dois dando voltas na beira da praia em algum dia de férias, jurando amor um ao outro e um futuro juntos.
Ele não tem como saber se nada disso um dia poderá ser realidade, mas o fato de que teria perdido um pouco de esperança de que o amigo não faria nada para atrapalhar a pureza de seu devaneio, complica seu raciocínio.
Gabrielle é um pequeno conto que foi divido em quinze partes. Se quiser entender a história é melhor começar por aqui.