Quando eu escrevo, tudo passa.

Faz pouco mais de um ano que publiquei pela primeira vez aqui após ter reformulado toda a ideia do meu blog. Parte de uma mudança de comportamento, após começar a me dedicar mais a leitura comecei a resolver colocar minha vida num papel, mas não exatamente o que aconteceu comigo — como alguns supõem — e sim adaptações de coisas que eu vivi, observei ou queria que tivesse acontecido. Talvez seja besteira, mas sim tudo que escrevo tem um pedaço de mim ali, é um pouco o eu ideal como já comentei com pessoas mais próximas, que hoje está longe de acontecer.
Quase sempre que saio com alguém, principalmente se faz algum tempo que não falo com essa pessoa, me perguntam como que eu tiro a inspiração para escrever cada um dos textos que publico por aqui. Claramente como disse todos tem algum reflexo meu, mas por diversas vezes procuro um início talvez em alguma frase aleatória que peço a algum de meus amigos. Ás vezes é apenas uma passagem de algum livro que já li, e resolvo recriar uma história alterando o ambiente, ou talvez o mais comum é apenas observando uma imagem e tentando criar uma história para ela.
Nem todos os meus textos são atuais, ou seja, não refletem meu momento e como me sinto hoje. Podem ser — e grande maioria é — apenas reflexo de tempos passados. Não é raro acontecer de eu publicar algum texto que seja mais triste, ou talvez irritado, e eu ser questionado se estou bem. Tem horas que eu ainda estou no melhor momento possível em questão de espírito, e os textos não refletem o que sou agora, mas definitivamente definem alguém que eu fui, ou poderia ter sido.
Pra mim é uma sensação prazerosa poder expressar a minha imaginação contando uma história de algo que talvez nunca aconteceu. Ou até mesmo sendo uma adaptação do que eu gostaria que tivesse acontecido, alterando alguns elementos e tornando a narrativa mais interessante. Outra coisa que reparo com o tempo que passa é como a interpretação das pessoas pode ser diferente, e por vezes até contrária do que era minha intenção inicial quando decidi publicar aquele ou outro texto por aqui. Jamais eu vou publicar algo que integralmente aconteceu, ao menos na categoria Anecdotes, coisas que acontece, meu eu de verdade fora de qualquer persona esse sou eu quando publico algo no Blog. Daí sim, sou eu, sem máscaras ou manipulações.
Comecei a me motivar a escrever mais — todo dia na verdade — por motivos diversos. No começo, acho que era um pouco para chamar a atenção mesmo, sem mentira. Depois foi para me sentir próximo de uma pessoa que havia deixado a minha vida. E depois de um tempo começou a ser apenas para manter a minha sanidade. Mas isso tudo foi mudando, e hoje eu posso dizer que eu escrevo pra relaxar, não me sinto pressionado por ninguém ou qualquer obrigação que eu possa ter feito comigo para escrever aqui. Se estou estressado, me relaxa. Se estou triste, me faz sorrir. Se estou já sorrindo, saio dando gargalhadas. Acho ainda mais interessante perder meu próprio tempo e reler coisas que escrevi no passado. Em algumas vezes nem me lembro o que me motivou a escrever isso ou aquilo.
Porém não posso deixar de mencionar o maior motivo que me faz continuar escrevendo, que é o Rodrigo Lima Romano — Autor do A Culpa é Dos Meus Dedos Inquietos — que sempre me incentivou não só a escrever, mas a reaprender toda a definição do conceito de amor, paixão, tesão e putaria. Seja compartilhando o tempo dele online e me aturando durante algumas madrugadas, ou até mesmo indo tomar umas birita em São Paulo. Esse cara é foda, um amigo que apareceu de uma aleatoriedade tão absurda, que quando paro pra pensar em como tudo começou, não faz sentido nenhum (ainda te devo um óculos aliás).
Quando menos me dei conta, escrever acabou virando parte da minha terapia, e hoje é por isso que eu escrevo. Escrever, ou até mesmo apenas ler alguma obra acabou virando algo tão essencial como fazer exercícios físicos na minha vida, por exemplo. Uma mente vazia é oficina do diabo, disso todos sabem. Agora uma mente ocupada, seja ela apenas sonhando na forma de versos, pode ser a coisa mais insana e bonita que alguém tem pra cultivar.